A minha vida sempre foi por um triz. Eu sou uma daquelas pessoas para quem tudo acontece na ultima hora. Vivo minha vida intensamente e aprecio todo momento, pois como diz a minha mae "para morrer, basta estar vivo".
Thursday, September 28, 2006
São Cosme e São Damião
Às vezes uma memória de algum lugar ou de algum evento me visita sem nenhuma razão aparente. Assim, de repente, out of the blue, como eles dizem aqui. Pois outro dia eu me lembrei que no final de setembro tem festa de Cosme e Damião. Fui visitar a Elizabeth e lá estava um post sobre os santos. Hoje, 27 de setembro é dia de São Cosme e São Damião.
Segundo a wikipédia os santos gêmeos eram orginários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Eles estudaram medicina e depois foram trabalhar na Egéia. Cosme e Damião foram mortos na Síria. Há diferente versões de como os gêmeos morreram. Segundo uma versão eles eram pessoas caridosas que realizavam milagres e por isso foram amarrados e jogados num penhasco sob acusação de feitiçaria e de serem inimigos dos deuses romanos. Outras versões incluem afogamento, apedrejamento e outras mortes brutais.
No Brasil, em 1530, a igreja de Iguaraçu, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. Em comemoração aos santos gêmeos as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitadas com bandeirolas e alegres desenhos.
Mas a minha lembrança da festa de Cosme e Damião é a de um terreiro do bairro. Eu me lembro das pessoas vestidas de branco em trance ao som de ataques. Girando, girando até incorporarem espíritos infantis. Minha mãe sempre foi bem católica do tipo de frequenter a missa e ir em procissão do enterro na Semana Santa. Mas, duas de suas amigas frequentavam o terreiro.
.Por causa disso de vez em quando íamos no terreiro para receber passes. Eu gostava da cantoria e das balas na festa de Cosme e Damião.Para mim o ambiente era muito mais festivo do que as missas.Minha mãe é uma pessoa que tem fé e nunca viu nenhuma contradição entre as missas de domingo e as bençãos do terreiro.Isso é uma coisa que eu sempre gostei no Brasil no que diz respeito à religião: a coexistência das dualidades.
Parece que os organizadores dos desfiles de moda de Milão vão seguir o exemplo de Madri.Em Milão as modelos vão precisar de um atestado médico dizendo que estão saudáveis para participar dos desfiles.Como não existe uma recomendação padrão como é o caso de Madri, eu fico pensando será que as moças não encontrarão algum médico disposto a assinar o tal atestado?
Enquanto isso, pela primeira vez vi um modelito na passarela de Milão que ficaria bem em mulheres adultas e robustas como eu. Tratá-se da coleção de Elena Miro.As confecções dela são chiques, sensuais, práticas e realistas.
Começou o mês sagrado do Ramadan para os mulçulmanos.Durante esse mês os fiéis maiores de 13 anos jejuam durante o dia e participam de festividades durante a hora do jantar.É um tempo para a reflexão e para a prática da caridade.Eu não sabia nada sobre o Ramadan até quando comecei a morar aqui.Além de ter amigos mulçulmanos, na escola dos meus filhos falam-se sobre as celebrações em outras religiões tanto quanto sobre as festas natalinas.
Hosh Hashana, Feliz Ano Novo!
O último final de semana também marcou o início do ano novo judaico.Hosh Hashana, em hebraico, significa a cabeça do ano.No calendário judeu, o ano que se inicia é de 5767.Aprendi lá no blog da Carla Abramovich, que o ano novo judeu celebra a criação de Adão e Eva e, portanto, a criação do mundo.Um dos símbolos dessa época é a maçã com mél para garantir um ano novo sem amarguras.Tenho memórias muito boas das minhas celebrações com a primeira família que me acolheu nesse país.Shana Tovah!
As fotos abaixo são do GoldenStateRailroadModelMuseum.São três mil metros quadrados de espaço cheios de miniaturas de trilhos, trains, casas, estações, animais, carros.As crianças adoram ficar encontrando cada detalhe minúsculo.O museu fica em Point Richmond de onde dá para avistar uma parte de San Francisco coberta pelo quase eterno fog ou nevoeiro.
Ontem eu participei de um espetáculo de teatro bem diferente.É um tipo de teatro totalmente improvisado que recria as estórias e experiências pessoais das pessoas na platéia.O projetodoteatro playback foi criado em 1975 em Nova York por Jonathan Fox, Jo Salas e a companhia original.No Brasil, a São Paulo Playback Theater foi a companhia que introduziu esse tipo de teatro no país.
O tema do show de ontem foi a experiência de vida das pessoas imigrantes ou cujos pais ou avós foram imigrantes.Mas embora a peça se chamasse Immigrante Stories, Histórias de Imigrantes, as pessoas que ali estavam tinham experiências bem diversas que nem sempre incluía imigração, mas que quase sempre lidava com questões de identidade.O local do show também foi bem simbólico.A International House da UC Berkeley, como o próprio nome sugere abriga estudantes de todo o mundo.É lá que também acontecem palestras e eventos culturais internacionais.
O Living Arts Playback Theater, criado em 1986 pelo terapeuta Armand Volkas, é uma ONG que produz performances, oficinas e eventos.A estrutura do show é bem simples.No começo as cinco atrizes falaram brevemente da sua experiência relacionada ao tema.Uma falou do sofrimento da mãe por não ter aprendido a língua materna; outra falou da herança cultural judia que ela recebeu da avó no prepare de uma sopa para celebrar o ano novo judeu; outra, filha de pai austríaco e mãe alemã, foi criada bilingue e nunca se sentiu completamente“em casa” nem aqui, nem lá; outra falou da experiência do pai como professor universitário vindo de Formosa e de como os estudantes não o entendiam por causa do seu sotaque.Infelizmente, eu perdi a primeira história, porque quando entrei o show já havia começado.Enquanto as pessoas estão falando, um músico improvisa de acordo com o tom das estórias.
Depois o diretor perguntou a audiência quais as palavras que vinham à cabeça quando pensamos em imigração.Várias coisas vieram à tona.Palavras como medo, escapada, papéis, fronteiras, novo começo, saudades, surpresa e muitas outras foram escritas num pedaço grande de papél desses que a gente vê em reuniões.O diretor escolheu algumas palavras e as atrizes improvisaram uma cena baseada nelas.O mesmo exercício aconteceu de novo mais tarde, mas dessa vez usando dois sentimentos opostos que alguém tem em relação à imigração.
Na etapa seguinte o diretor convidou pessoas da audiência para compartilharem suas histórias.A primeira história foi de uma senhora judia que quando criança se mudou de Brooklyn, um dos boroughs da cidade de Nova York, onde vivem muitas famílias judias para Long Island.A cidade de Nova York é dividida em cinco boroughs que são mais do que zonas, mas pertecem à mesma cidade:Manhattan, Brooklyn, Queens, Bronx e Long Island.Em Long Island, ela era a única menina judia cercada por crianças louras.Ela falou de como se sentiu isolada e feia.
A segunda história foi a de uma moça francesa descendente de armênios que costuma vir aos Estados Unidos com frequência porque tinha um namorado e uma irmã morando aqui.Após o 11 de setembro, numa de suas vindas ela foi interrogada por duas horas em Atlanta, deve o passaporte confiscado e foi deportada de volta para a França.Somente depois de um ano e quando ela e o namorado Americano decidiram se casar é que ela foi autorizada a voltar aos Estados Unidos.
Eu decidi desafiar a minha timidez e li o meu poema sobre língua e como eu me sinto “espalhada” entre vários idiomas e culturas.Por último, uma senhora francesa já de idade contou uma história que lhe aconteceu em um avião vindo da Inglaterra para o Canadá.Ela contou que seu marido havia aceitado um emprego no Canadá e que a família esta imigrando para a América do Norte.Ela é judia.Um tio seu que não era judeu recomendou que ela não revelasse a ninguém que era judia.Estavam todos no avião, inclusive o tio, quando alguém que estava por perto começou a se referir aos judeus com expressões, como “esse judeu sujo.”Ela se levantou, falou em alto e bom tom que era judia.O tio não lhe dirigiu a palavra por um bom tempo depois desse acontecimento.
O espetáculo foi para mim uma experiência enriquecedora.No final o diretor perguntou quais as palavras que vinha à mente quando pensávamos no espetáculo.A palavra que ficou comigo foi coragem.Eu sempre gosto de ouvir sobre as experiências de outras pessoas.É especialmente fascinante quando as pessoas desafiam os estereótipos: um homem da platéia, branco do tipo bem “Americano” fisicamente foi criado no Japão e se sente japonês culturalmente; a atriz, cujos pais vieram da Áustria e da Alemanha, tinha uma pele morena, cabelos e olhos escuros e “cara de brasileira”; e por último, a moça asiática que estava vendendo os ingressos, chegou para mim no final do show e perguntou: “Você é brasileira?”Respondi que sim.E ela disse:“Eu também!”
Hoje é o dia internacional da paz.Todos os países membros das Nações Unidas concordaram que o dia 21 de setembro, o dia internacional da paz, deve ser observado como um dia de não-violência e um dia de cessar-fogo em todo o mundo.Esse acordo foi estabelecido como uma promessa através da resolução 55/282.Durante os outros 364 dias do ano devemos persuadir os governos, as comunidades e as pessoas a honrar essa promessa, diz a ONU.Para comemorar esse dia, houve mais de 3.500 eventos em 187 países diferentes.Acho essas iniciativas importantes, mas ao mesmo tempo eu me sinto tão pessimista e impotente quando leio as notícias todos os dias.Iraque, Darfur, Líbano, Hungria, Tailândia e a lista parece que só tente a aumentar.
Esse país adora parades ou paradas.Tem o Chinese New Year Parade celebrando o ano novo chinês, tem o Saint Patricks Day Parade celebrando o dia de São Patrício (padroeiro dos irlandeses), Thanksgiving Parade celebrando o Dia de Ação de Graças, Pride Parade celebrando o movimento de gays e lésbicas e provavelmente mais alguma que eu não me lembro agora.Essas acontecem geralmente nas cidades grandes.Já nas cidades menores, a tradição anualé a Homecoming Parade realizada pelos high school (colegial) e colleges (universidades).Para mim, essas paradas são tão americanas comoapple pie.
Toda Homecoming Parade sempre conta com a presença da banda da escola e a coroação do rei e da rainha da parada, que são eleitos pelos outros estudantes.Geralmente o prefeito também desfila em um carro acenando para a multidão, assim como bombeiros em seus caminhões e outras pessoas conhecidas da cidade.
Homecoming também marca o início do ano letivo no outono.Berkeley também tem uma parada: chama-se “How Berkeley can you be?” e acontece todo ano no mês de setembro. A parada e o festival que continua durante a tarde com música e dança começou em 1996 como uma inciativa dos comerciantes para revitalizar o centro da cidade.Mas como não podia deixar de ser, é uma satíra muito bem humorada das paradas tradicionais.Esse ano teve gente fantasiada de galinha andando de perna-de-pau, skate movido à energia solar, carros decorados, klingons do Jornadas nas Estrelas empurrando carrinho de bebê, grupo de capoeira, carros alegóricos com bandas, gente pelada porque acha que o uso de roupa é opressivo ou algo do genêro, sofás e bolinhos decorados com rodinhas embaixo e gente dentro dirigindo, e é claro, o prefeito.
Summit é uma banda que mistura o jazz com música clássica indiana.O resultado é bem interessante: um jazz em raga, um massala jazz.Raga é como se chamam as regras usadas na composição de música clássica indiana.Um raga pode ser visto como um conjunto de normas de como se construir uma melodia.Massala se refere à mistura de duas ou mais ervas ou especiarias.
A apresentação de hoje à noite no Herbst Theater em San Francisco contou com a colaboração da dançarina de Kathak Kaveri Agashe, que começou a dançar quando era menina.Kaveri ganhou uma bolsa do Fullbright para estudar jazz nos Estados Unidos por um ano em 2004.Foi a primeira vez que uma dançarina foi premiada com essa bolsa, que geralmente é reservada para músicos.
O Kathak é uma forma de dança originada no norte da Índia.A palavra kathak deriva da palavra katha que significa “contar histórias”.Utilizando dança, música e ritmo, estes “contadores de história” falam dos grandes épicos da literatura indiana e também fazem homenagens aos deuses e deusas da Índia.A característica principal do kathak é o complexo trabalho dos pés, criando padrões rítmicos através do uso da planta dos pés e de guizos nos tornozelos.
O Herbst Theater é um teatro lindo em frente à prefeitura de San Francisco. É um lugar de importância histórica, pois foi lá que o documento das Nações Unidas decretando o fim da segunda guerra mundial foi assinado em 1945.
George Brooks - Summit www.georgebrooks.com/
Kaveri Agashe - www.kathak-kaveri.com/
Herbst Theater - sfwmpac.org/herbst/ht_index.html
Fotos: 1) Kaveri - do website da artista; 2) Herbst (tirada por mim); 3) entrada do teatro (tirada por mim); 4) dentro do teatro - da website do Herbst Theater.
Ojos de brujo é uma banda de Barcelona que mistura flamenco com hiphop.
Tiempo De Solea Ojos De Brujo lyricsArtist: Ojos De Brujo Album: Barí Year: 2002 Title: Tiempo De Solea Print Correct
Rodeá de tanta gente y yo me siento tan sola Mi corazón es como una bomba pum pum!!! Una bomba De relojería fina a punto de estallar Extranjera y con papela caducá No hay son ni guaguancó que me consuele El tiempo es de soleá y a mi me duele Voy por la calle y escuchando los quejíos El futuro en cada esquina pende de un hilo Y entre apretones de manos se juegan el destino De la tierra y de los seres que en ella vivimos No conocen el respeto, les sigue un oscuro sino Con lo linda que es la vida!! En que la habéis convertío!!! La situación tiene danger, mucho danger Siempre prisa por llegar a ninguna parte La situación tiene danger, mucho danger, mucho danger!!! Por la calle balas perdías, ¡críos y crías van! Equilibrio en la cuerda floja, ¡se me para la vida! De ver tanto sufrimiento, de ver tanto delirio A mi me quita el sentío, voy con el pecho partío No hay son ni guaguancó que me consuele El tiempo es de soleá y a mi me duele Voy por la calle y escuchando los quejíos El futuro en cada esquina pende de un hilo... Detrás de las cuatro paredes por el callejón de atrás Soleás y martinetes las cartas están marcás Detrás de las cuatro paredes por el callejón de atrás Tiros y tiros van!! Tiros y tiros van!! Van!! Aquí un poquillo de jiphip flamenquillo Pa toas las quillas, pa tós los quillos Aquí un poquillo de jiphop flamenquillo Pa que te metas por la vena cosa rica chica sí!!!
Uma das coisas que adoro fazer quando posso é sair para dançar.Eu geralmente não frequento clubes porque normalmente eles se especializam num só tipo de música e tem covert (um drink mínimo).Quando saio para dançar, quero só mesmo dançar.Não quero beber, não estou tentando conhecer ninguém.Então eu acabo não tendo muita paciência para clubes. Há alguns anos eu descobri o Dance Jam.Dance Jam é uma ONG que foi criada por um grupo de pessoas que amam a dança com a idéia de oferecer um espaço seguro onde pessoas de todas as idades, diferente culturas e níveis de habilidade física possam participar de eventos dançantes. As pessoas que trabalham nos eventos são todas voluntaries.
O Dance Jam acontece todas as sextas em Berkeley.Há dois salões: um com música mais agitada, outro com música mais relaxante.Quando você se cansa de um pode ir para o outro.Os djs tocam de tudo um pouco: música do mundo, trance, música eletrônica, blues, pop, hiphop, funk, música brasileira, etc.Tem também música ao vivo de duas em duas semanas.Cada um na sua, bem a la Berkeley onde vale tudo: moço com saia, menina branca com drealocks, cinquentão com calça de bolinhas, gente dançando com bambolê, outros fazendo yoga ou contact improve (um estilo de dança onde os parceiros improvisam seus movimentos um a partir do outro), e eu só viajando na mayonese.O mais legal da coisa, é que esse é o único lugar onde eu vi pessoas bem jovens dançando ao lado de pessoas de mais idade.Tem um senhor que vem em uma cadeira de rodas e dança movimentando os braços.É muito bom ver um espaço tão diverso e inclusivo.
É assim que eu me livro do meu estresse.Dancei por três horas seguidas e agora estou pronta para enfrentar a semana.
May all be freed from pain and suffering.Que todos possam se libertar da dor e do sofrimento.Essa é uma prece budista que aprendi com uma amiga.Ela me disse que recitava essa prece quando passava por uma acidente ou presenciava o sofrimento de alguém.Desde de então eu faço o mesmo.
Sempre achei que as maiores vítimas das guerras são as crianças.Elas podem ser mortas, podem perder os pais, podem perder um braço ou uma perna quando estão brincando num campo minado, podem ser usadas como soldados.Elas sofrem abuso de todos os tipos e carregarão esse trauma para o resto das suas vidas.As guerras também fazem com que as crianças percam o acesso à educação.
Segundo a ONG Save the Children, 43 milhões de crianças no mundo não estão tendo acesso a escola primária por causa de guerras e conflitos em seus paises.No topo da lista está a Somália, onde quase 90% das crianças não tem acesso à escola.As razões principais são a destruição das escolas, a morte dos professores e o recrutamento de crianças.A organização acaba de lançar uma campanha chamada Reescreva o Futuro para exercer pressão nos líderes mundiais para endereçar a situação dessas crianças.
Leia o artigo na íntegra e veja a lista com os outros paises na BBC Brasil:
Há cinco anos eu acordei de manhã com um telefonema do Brasil. Era a minha irmã pedindo para eu ligar a televisão e ver o que estava acontecendo em Nova York. Por causa da diferença de fuso horário - três horas a menos onde moro – eu ainda estava meia dormindo. Quando liguei a televisão pensei que se tratava de um desses filmes de Hollywood cheio de explosões e pânico. Mas dentro de alguns minutos, outro avião atingiu a segunda torre e foi quando eu me dei conta que as imagens eram ao vivo.
Mas no aniversário dessa tragédia, eu prefiro enfocar a minha energia num outro aniversário. Há cem anos, no 11 de setembro de 1906, Mahatma Gandhi deu início ao movimento de resistência pacífica quando reuniu três mil pessoas na África do Sul para combater as políticas racistas daquele governo de maneira não violenta.
Durante uma entrevista no programa Democracy Now, Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e co-fundador do MK Gandhi Instituto para a Não-Violência em Memphis no Tenessee, disse o seguinte:
“Violence is not really our nature. If violence was our nature, we wouldn't need military academies and martial arts institutes to teach us how to kill and destroy people. We ought to have been born with those instincts. But the fact that we have to learn the art of killing means that it's a learned experience. And we can always unlearn it.”
“Violência não é natural. Se violência fosse algo natural, nós não precisaríamos de academias militares e institutos de arte marcial para nos ensinar como matar e destruir gente. Nós teríamos nascido com esses instintos. Mas o fato de termos de aprender a arte da matança significa que essa é uma experiência que é aprendida. E nós sempre podemos desaprendê-la.”
Espero que ele esteja certo.
Foto: Tipp13, Flickr Strawberry Fields Forever, Central Park, Nova York
Uma vez por ano uma das avenidas aqui em Berkeley, a Solano Avenue, fecha para o trânsito. A avenida é bem longa e nela você encontra de tudo: boutiques, padaria, bancos, lugar para tomar aula de samba e frevo, restaurantes, livrarias, cinemas, lojas com coisas de lugares distantes como o Tibet ou o Japão. Existe até um lugar que se chama Bone Room ou Salão do Osso onde você pode encontrar esqueletos das mais variadas espécies assim como animais empalhados e outras coisas estranhas como um pirulito que vem com um inseto dentro. Tem até grilos, o prato predileto do lagarto que temos aqui em casa.
O festival começa com uma parada. As paradas/desfiles que acontecem nesse país geralmente tem um ar mais patriótico. Mas como aqui é Berkeley, tudo rola: palhaços, escolas, bandinhas, até batucada e samba tem. Depois da parada, as pessoas passeam pela rua e param para ouvir bandas tocando música de vários estilos e lugares do mundo, para ver grupos de dança ou para comer alguma coisa nas barraquinhas quem vendem comida. O festival existe há mais de vinte anos e dura o dia inteiro.
Chambao é um grupo de Malága, Espanha que mistura flamenco com música eletrônica.
“Pouco a pouco vou entendendo que não vale a pena andar por andar, Que é melhor caminhar para ir crescendo.” (Chambao)
Acredito que estamos todos conectados numa teia de energia humana onde “tus ojos son mis ojos, tu piel es mi piel.”
Chambao
Pokito a Poco
by N/A
Andaba perdia de camino pa la casa cavilando en lo que soy y en lo que siento pokito a poko entendiendo que no vale la pena andar por andar que´s mejor caminá pa ir creciendo
volvere a encontrame con vosotros volvere a sonreir en la mañana volvere con lagrima en los ojo mirar al cielo y dar las gracias
pokito a poko entendiendo que no vale la pena andar por andar que es mejo caminar pa ir creciendo pokito a poko entendiendo que no vale la pena andar por andar que es mejo caminar pa ir creciendo
mirarme dentro y comprender que tus ojo son mis ojo que tu piel es mi piel en tu oido me alborozo en tu sonrisa me baño y soy parte de tu ser que no vale la pena andar por andar es mejo caminar pa ir creciendo.
pokito a poko entendiendo que no vale la pena andar por andar que es mejo camina pa ir creciendo pokito a poko entendiendo que no vale la pena andar por andar que es mejo camina pa ir creciendo
volvere a sentarme con los mio volvere a compartir mi alegria volvere pa contarte que he soñado colores nuevos y dias claros volvere pa contarte que he soñao colores nuevos y dias claros
Há duas semanas recebi um convite do consulado brasileiro em San Francisco para participar das comemorações do dia da independência na prefeitura da cidade. Foram convidadas 60 pessoas. Imagino que fui convidada por causa da oficina que uma amiga e eu apresentamos sobre educação bilingue no consulado.
Minha primeira reação foi uma mistura de surpresa com apreensão. Cresci na época da ditadura e em geral não sou fã de comemorações cívicas. Em princípio, eu havia decidido não ir, mas então recebi uma carta do cônsul dizendo que ele estava se mudando para a Dinamarca agora em setembro. Ele foi sempre super amável e tem apoiado muito as iniciativas da comunidade brasileira, principalmente na área da educação. Resolvi deixar as minhas reservas de lado e ir, também para me despedir dele.
Quando recebi o convite oficial da prefeitura de San Francisco percebi que o dia da independência aqui agora é chamado de Brazilian Heritage Day ou o Dia da Herança Brasileira. Eu nunca tinha entrado na prefeitura. O lugar é lindo. A festa aconteceu no salão internacional da prefeitura. Primeiro a bandeira brasileira foi hasteada pelo prefeito de San Francisco e pelo cônsul. Depois o prefeito fez um discurso breve falando que há 30 mil brasileiros na área da baía de San Francisco e sobre o que os brasileiros contribuem para a cidade. Ele ressaltou também que esta é uma cidade que celebra a diversidade e que San Francisco is a city of dreamers and doers. Uma cidade de sonhadores e de quem faz e acontece. Um outro rapaz que faz parte do conselho de diretores do City College, que por sinal adora o Brasil, falou sobre a diversidade brasileira e sobre a generosity of spirit, a generosidade de espírito, que ele encontrou viajando pelo Brasil. O cônsul agradeceu a cidade que o hospedou pelos últimos quatro anos e tudo terminou em canapé ao som das Bachianas do Villa Lobos.
Devo confessor que eu estava errada. A cerimônia não foi nada pomposa e não teve nada a ver com os desfiles de 7 de setembro que eu fui forçada a participar quando era menina. Até os hinos nacionais entoados por cantoras professionais soaram bonitos na sua simplicidade. Foi bom também conhecer o prefeito Gavin Newsom em pessoa. Ele foi o prefeito que teve a coragem de desafiar as leis do estado em 2004 ao autorizar o casamento de gays e lésbicas. Ele decidiu tomar essa medida logo após o presidente Bush admitir em público que era contra o casamento de homossexuais. More power to you, Gavin!
Aniversário Cheguei nesse mundo Como que de para-quedas Bem no centro de São Paulo Quase que na sala de espera Apressada que só
Com três anos Fazia o berço virar ônibus Dizendo que estava indo para Buenos Aíres Sem saber o que era mapa, eu já viajava Enquanto a mãe bordava varicor
Sempre soube exatamente o que queria: Fita branca com rosas vermelhas para o cabelo aos seis Pasta para trabalho escolar num específico tom de rosa aos nove Ser jornalista aos doze Vestido de baile segundo desenho original aos quinze Descobrir o Brasil de carona aos dezoito Cair no mundo aos vinte e um
Hoje eu quero: Minha alma quieta Cheiro de maresia Memórias de filhos brincando Pura alegria A beleza transformadora das primeiras folhas de outono Um abraço do sul Lembrança da primavera que lá se inicia E a leveza das nuvens dispersas
Meu nome é Regina Camargo. Moro nos Estados Unidos há vinte e três anos. Sou casada com um músico afro-alemão e temos dois filhos que estão sendo criados entre três culturas e falando três idiomas. Eu venho de um background em jornalismo no Brasil, mas aqui trabalho como tradutora e interprete. Estou escrevendo esse blog em português numa tentativa de resgatar a minha habilidade de escrever em português e de “reconquistar” a minha língua mãe.