Wednesday, March 21, 2007


Contra a discriminação I
A mochila do privilégio branco

Raça não passa de uma construção social que tem a ver com o contexto social, histórico e político de cada país. No entanto, nos Estados Unidos, no Brasil ou em qualquer outro lugar quanto mais escura a pele maior a possibilidade de alguém sofrer discriminação.

No Brasil, eu sou considerada branca, embora a minha aparência revele mais que a minha ascedência portuguesa. Nos Estados Unidos, eu sou vista como hispânica, termo que eu rejeito por ter uma conotação conservadora e erronea no que se refere a brasileiros. Hispânicos é um termo que só existe no contexto americano e tem mais a ver com etnia, colonização e idioma. Eu prefiro o termo Latina e para mim, adotá-lo como parte da minha identidade é um ato político em solidariedade com outros imigrantes da América Latina. Outro termo usado aqui para pessoas que não são de descendência européia ou são pessoas multiraciais é person of color (pessoa de cor) ou people of color (povos de cor), termo que eu também adotei como parte da minha identidade como imigrante. Esse termo é usado em círculos progressistas na tentativa de estabelecer alianças entre grupos que sofrem tipos semelhantes de opressão. Obviamente, ser brasileira faz parte da minha identidade, mas não é o que me define como um todo.

Minha identidade racial está em perpétuo fluxo, dependendo se estou aqui ou no Brasil.

Uma coisa que aprendi navegando entre esses dois contextos, o brasileiro e o americano, é o privilégio que a pele clara confere. As pessoas brancas ou as pessoas mutiraciais de pele mais clara podem escolher ignorar a questão racial por completo porque esta não lhes afeta diretamente ou não lhes afeta com a mesma intensidade. Como diz o ditado, pimenta nos olhos dos outros é refresco e quem se atreve a reclamar de racismo é porque é muito melindroso ou não tem senso de humor.

Mas uma vez no Estados Unidos, brasileiro, branco ou não, vira Latino. Eu acho que essa é uma experiência que iria benificiar muitos dos meus compatriotas, especialmente aqueles que nunca tiveram de lidar com preconceito no Brasil.

Para finalizar, Peggy McIntosh que é uma crítica feminista e professora universitária (caucasiana ou branca) tentou desmascarar os privilégios que a maioria dos brancos tem e assume como naturais num artigo entitulado “White Privilege: Unpacking the Invisible Knapsack” (Privilégio Branco: Desfazendo a Mochila Invisível). O artigo orginal conta com uma lista de pelo menos 50 “privilégios” que são tidos como naturais para pessoas brancas. Eu traduzi dez mas você pode acessar a lista completa no link acima (em inglês).

1) Se eu tiver que me mudar posso estar segura que vou conseguir alugar ou comprar uma casa numa área que eu tenha condições de pagar e onde eu queira morar.

2) Poderei estar segura que os meus vizinhos agirão de maneira neutra ou amigável em relação a minha pessoa.

3) Posso fazer compras sozinha em qualquer lugar e estar segura que ninguém estará me seguindo ou perturbando.

4) Posso ligar a televisão ou abrir o jornal e ver pessoas da minha raça bem representadas.

5) Quando falam sobre a nosso patrimônio nacional e sobre “civilização” mostram o quê as pessoas da minha raça alcançaram.

6) Estou segura que os meus filhos estudarão um currículo que reflete a existência da raça deles.

7) Se eu usar cheques, cartão de crédito ou dinheiro tenho certeza que a cor da minha pele não sera associada à irresponsabilidade financeira.

8) Eu não tenho que educar os meus filhos para estarem alertas ao perigos do racismo para que eles possam se proteger.

9) Eu não tenho que me preocupar com a atitute de professores e outras pessoas em relação à raça dos meus filhos.

10) Estou segura que se eu pedir para falar com uma autoridade estarei falando com uma pessoa da minha raça.

Uma vez eu fui à uma conferência sobre diversidade e educação e um dos exercícios involvia a lista de privilégios descritos pela Peggy McIntosh. Numa escala de 1 a 5 tínhamos que responder se a situação correspondia à nossa realidade (1), se era o caso somente às vezes (3) ou se nunca era o caso(5). Depois as pessoas foram agrupadas de acordo com as respostas. O resultado, embora previsível, foi impressionante: quanto mais escura a pele maior o número de respostas altas na escala.

Este post faz parte da blogagem coletiva convocada pelo Lino contra a Discriminação Racial e todo tipo de discriminação.

PS: Essa é a segunda versão desse post. A primeira foi escrita às duas da manhã e necessitava algumas correções. Mas o conteúdo está praticamente intacto.

53 Comments:

Anonymous Anonymous said...

É... o racismo é uma coisa muito complicada... Outra hora eu passo aqui com mais tempo para comentar o seu post com mais profundidade, por enquanto vou só deixar uma anedota pessoal sobre a minha identidade racial.

Por volta de 2000/2001 eu entrei com um pedido para uma carteira de identidade na Secretaria de Segurança Publica do DF, em Brasilia. Como toda brasileira, sou o produto de uma mistura de raças com uma predominancia leve do italiano do norte da Italia. Apesar de ter cabelo escuro, sempre fui considerada branca. Bom, a mulher no SSP disse que eu nao era branca - e olha que eu estava voltando de um inverno canadense e nao havia muita diferenca de ton entre eu e meu marido canadense - que eu era "parda". Eu perguntei como assim? Ela respondeu que para ter a categoria "branca" a pessoa tem que ser loira (!). Eu tive que rir, viu...

No Canada nunca tive que assumir uma identidade racial. Nao me lembro nunca de ter tido que responder esse tipo de pergunta em documentacao oficial - pedido de passaporte, etc - como é feito no Brasil. De vez em quando se pergunta em questionarios de opiniao publica se a pessoa se considera parte de uma minoria visivel (visible minority).

5:07 AM  
Blogger Sofia said...

Eu ainda me revolto como, em pleno séc. XXI, ainda temos de discutir esses assuntos.

Eu, aqui em Portugal, sou branca mas na Suécia ou na Finlândia, sou preta! Tenho cabelo castanho escuro, pele branca (ok, meio amarelada! ehehehe!) e só sou considerada branca/caucasiana aqui no meu país. É preciso relembrar às pessoas que o Hitler já tentou que todos fossem loiros de olho azul e não conseguiu?

Eu já namorei com africanos e até hoje, os meus amigos não conseguem entender... Porquê?? Eu vejo uma pessoa, eles vêem um preto. Como se um preto fosse a mesma coisa que um marciano... Go figure!

Beijos

5:55 AM  
Blogger Sofia said...

Desculpa usar o termo "preto" assim de qualquer maneira. Sei que não é politicamente correcto mas, para mim, negro, é muito mais depreciativo... E eu tenho imensos amigos africanos que não se importam nada com o facto de serem chamados de pretos. Eu sou branca, eles pretos! ;)

6:00 AM  
Blogger Ed Wederson said...

Olá Regina,

Aprendi como tempo que raça é uma palavra erroneamente usada por quase todas as pessoas. Todos nós somos da mesma raça, humana, o que nos difere é apenas um detalhe, a cor da pele, etnia. Aqui no Brasil a discriminação é notável, seja ela por pretos, nordestinos ou pobres sabemos que ela existe. Aí nos EUA ela é gritante, você é a cor da sua pele, uma hipocrisia, uma verdadeira bullshit. O mal da raça humana é não aceitar o que é diferente sendo que no final das contas, falando o português claro, somos todos a mesma merda.
Lembrando que cientificamente falando a raça humana surgiu na África, que coisa não? O branco, o amarelo, o vermelho e o preto vieram do continente esquecido.
Na minha cabeça tenho o conceito de latino aqueles que falam castelhano e compartem de uma cultura muito parecida pelos fatores históricos e sociais. Nós brasileiros não falamos espanhol e pelas proporções continentais do nosso país temos culturas que formam uma única cultura, mas que é tão diversificada como a cultura que América Latina comparte. Você como está aí pode afirmar melhor que eu e sabemos que nos Estados Unidos o negócio é diferente. Eu, como muitos brasileiros, tenho ascendência portuguesa, mas também tenho ascendência brasileira (indígena). Com certeza nos EUA eu seria taxado como hispânico, coisa que tenho absoluta certeza que não sou. As pessoas de uma maneira geral deveriam aprender melhor como “ver” o próximo, coisa que quase ninguém sabe fazer. Segregação e discriminação tem sido a melhor solução nos últimos tempos e essa com certeza não é a melhor solução e é ainda mais irônico saber que muitos têm ciência disso, mas nada muda.
E assim caminhamos para o caos, dele viemos e nele terminaremos.

Até mais,

6:23 AM  
Blogger Renata Livramento said...

This comment has been removed by the author.

6:56 AM  
Blogger Renata Livramento said...

Olá Regina!
Morei aí nos EUA um tempo e é muito clara a discriminação em relação a qualquer um que não seja 100% calcasiano (termo que eles adoram por sinal). Sou brasileira, mas nasci aí na Califórnia (meus pais moravam aí na época por razão do doutorado do meu pai). E por este motivo não apenas 1 vez eu ouvi : "Sua mãe veio pra cá pra vc nascer americana?"
Tem condição uma coisa dessas?!!! Depois eu entendi que pela proximidade com o México algumas mexicanas fazem isso.
Mas independete de qualquer coisa o preconceito está aí presente no pressuposto de que os americanos são melhores...
Mas preconcetio a gente encontra em todos os lugares, de todas as formas..até mesmo dentro da gente mesmo.. e é por aí que a mudança deve começar... Prazer em " conhecê-la", bj

obs: desculpe ter apagado coment anterior, mas estava cheio de erros de digitação.rs..

7:00 AM  
Blogger Andréa said...

Muito interessante esse post. Eh um absurdo mesmo qualquer tipo de discriminacao. Aqui nos EUA eu acho mais forte que no Brasil. Por aqui vejo todas as diferentes racas e cores discriminam-se entre si. Os grupos sao bem claros e bem fechados. No Brasil, nem tanto. A gente se mistura mais. Assim eh que eh legal. E essa eh a salvacao desse mundo. Um dia vao perceber isso...

Nao sabia dessa blogagem coletiva. Excelente iniciativa!!

7:49 AM  
Anonymous Anonymous said...

Olá Regina. Acabei caindo de para-quedas no seu blog e já dei de cara com um post que me interessa muito. Sou brasileira e moro no Japão, mas não tenho nada de japonês. Aqui, por incrível que pareça, todo mundo que não é asiático é chamado de "americano". Acho engraçado isso, pois afinal aqui o mundo se divide nos que tem olhos puxados e os que não. Discriminação existe, em todo o lugar. Infelizmente isso se torna mais gritante quando somos imigrantes. Experimentei vários tipos de racismo, mas não foi nunca relacionada a minha estampa, pois brasileiro pode passar por qualquer nacionalidade. O pior é a discriminação de nacionalidade. Já cansei ver olhares desdenhosos quando o interlocutor sabia da minha nacionalidade. Ah....brasileira. E quando eu falo que sou brasileira, sempre tenho que fazer uma espécie de parênteses, como "sou brasileira mas sou prostituta, etc".
Aqui no Japão se usa muito cartões de visita. Você é o que o cartão diz, não importando sua cor de pele. Bem, tanta coisa para comentar, mas vou parando por aqui. Um abraço.

8:22 AM  
Blogger Regina said...

Alexandra,

Achei engracada a sua estoria em Brasilia. Nao sabia que o que e' considerado branco no Brasil havia mudado (so loiros). Ha, ha, ha

Eu nao sei como sao as coisas no Canada, mas provavelmente voce nao teve que assumir uma identidade racial por ter a pele mais clara. Em outras palavras,voce nao tem de lidar com isso no dia a dia como uma pessoa que tem a pele mais escura. Quanto a documentacao, aqui sempre existe a opcao de chechar "other/outro" quando voce acha que nenhuma descricao corresponde a sua pessoa. Agora existe um movimento de pessoas multiraciais tentando incluir "multiracial" como opcao em documentos. O numero de pessoas multiraciais como os meus filhos esta aumentando cada vez mais e eu nao quero que eles se sintam forcados a "escolher" entre uma "raca" e outra.

Realmente, isso da pano pra manga.

Beijos,

Regina

11:20 AM  
Blogger Regina said...

Sofia,

Pois e, mesmo no seculo XXI ainda existe muita gente que e' tratada diferente pela cor de sua pele, pelo seu pais de origem, pela sua orientacao sexual, por ser mulher, etc.

Voce levantou um ponto excelente. Como eu mencionei no post e descobri na minha propria experiencia o conceito de raca tambem varia de pais para pais, de cultura para cultura. Como voce disse, em Portugal voce e' branca e na Escandinavia nao. Os brasileiros descendentes de portugueses que sao considerados brancos no Brasil sao vistos como hispanicos ou latinos aqui. As pessoas do sul da Europa (Portugal, Espanha, Italia, Grecia)tambem nao sao "caucasianas" no sentido WASP do termo. WASP significa White Anglo Saxon Protestant. A mesma diferenca cultural e religiosa entre as culturas mais expressivas do sul da Europa e as mais reservadas do norte.

Beijos,

Regina

11:34 AM  
Blogger Regina said...

Sofia,

Eu nao duelo muito em terminologia. Procuro usar a terminologia que funciona e nao e' ofensiva naquele determinado contexto cultural. O unico problema e' que as palavras nao sao neutras e nao existem em um vacuo.

Tem pessoas caucasianas nos EUA que nao gostam do termo branco porque para elas esse termo e' inocuo e nao denota nenhuma etnia. Por isso muitas dessas pessoas preferem dizer que sao irlandesas-americanas, italianas-americanas ou simplesmente European-American. Isso nao me incomoda. Quanto aos termos para afro-americanos, latinos etc esses tem mudado historicamente e geralmente refletem um contexto politico.

Aqui, nos E.U.A. a maneira como eu me defino na esfera publica e como eu me refiro a outros grupos demonstra tambem a minha posicao politica em certos assuntos.

Beijos,

Regina

11:45 AM  
Blogger Regina said...

Ed,

Concordo que so' existe uma "raca," a humana. Infelizmente, o conceito de raca enquanto construcao social tem sido utilizada por seculos para subjulgar pessoas de diferentes grupos sociais. Entao, queiramos ou nao, ainda temos que lidar com o racismo que esta impregnado nas instituicoes, no trabalho, nas familias e na vida diaria.

Eu nao acho que o racismo nos E.U.A. e' mais gritante, nao. Ele pode se manifestar de maneira diferente, mas o racismo que temos no Brasil nao e' nada "melhor" ou mais leve. No Brasil, temos tb que lidar com o regionalismo que existe no preconceito ferrenho contra nordestinos, classismo contra a populacao mais pobre, etc. Aqui tambem tem preconceito regional contra as pessoas do sul dos E.U.A., mas eu nunca vi algo tao forte como o preconceito contra os nordestinos no Brasil.

Agora, vamos ao conceito de Latino. Entendo o seu ponto que a historia da colonizacao brasileira esta vinculada a Portugal e nao a Espanha e que falamos portugues e nao espanhol e que a nossa cultura e' tao diversificada quanto a cultura que o "resto" da America Latina comparte. Bom, primeiro, o Brasil faz parte da America Latina geograficamente, portanto somos Latinos.

Segundo, Portugal fica do lado da Espanha na peninsula Iberica e tem muitas similaridades. Nossa cultura, embora tenha suas peculiaridades, tem bastante em comum com outras culturas latinas. Isso ficou muito mais claro para mim morando no exterior.

Terceiro, eu acho equivocado dizer que "no nosso país temos culturas que formam uma única cultura, mas que é tão diversificada como a cultura que América Latina comparte." Primeiro porque embora compartilhemos da mesma cidadania e falemos o mesmo idioma, ha culturas muito distintas dentro do Brasil. Eu nao acho que podemos ser unificados sob uma so cultura brasileira. Segundo, nao existe uma cultura homogenea na America Latina. A Argentina e' muito diferente da Venezuela que e' diferente da Nicaragua que e' diferente do Mexico. E dentro de cada um desses paises tambem existem grupos e culturas diferentes. Ate o espanhol difere de pais para pais.

Eu tbm tenho sangue de portugues, indio e muito provavelmente africano. Eu adoraria saber.

Obrigada pelo longo comentario. Um comentario longo pede uma resposta longa.:-)

Bjs.

Regina

12:12 PM  
Blogger Regina said...

Renata,

Prazer em conhece-la. Seja benvinda.

Eu acho que a base do preconceito esta na arrogancia e pode se manisfestar em qualquer grupo social, cultura ou pais. O que alimenta o preconceito e' a percepcao (erronea) que algumas pessoas sao melhores que as outras baseada na aparencia, classe social, orientacao sexual, etc.

Enfim, e' preciso continuar trabalhando para destruir essas barreiras.

Bjs.

Regina

12:16 PM  
Blogger Regina said...

Andrea,

Eu nem sei se a discriminacao e' mais forte aqui do que no Brasil, nao. Para quem e' negro e pobre no Brasil, a situacao e' igual ou pior que aqui. Na verdade, o numero de afro-americanos que tem curso superior e fazem parte da classe media e' infinitamente maior aqui do que no Brasil.

Por outro lado, o fato das comunidades serem tao segregadas me incomoda bastante. E o racismo que persiste entre as comunidades nao-brancas e' um fato que me entristece muito.

Eu acho que se as pessoas se unissem mais contra qualquer forma de discriminacao ainda que isso nao lhes afetasse diretamente estariamos no caminho certo. Pessoas como essa Peggy McIntosh, que e' branca, professora universitaria e privilegiada sao muito importantes porque elas sacam a injustica toda do sistema e mesmo sendo beneficiarias botam a boca no trombone.

Bjs.

Regina

12:24 PM  
Blogger Regina said...

Renata,

Da proxima vez, nao precisa se preocupar com os erros de digitacao. Como voce ja reparou, eu ainda nao descobri uma maneira de usar acentos nos meus comentarios.:-)

Bjs.

Regina

12:25 PM  
Blogger Regina said...

Oi Fernanda,

Seja benvinda. Eu imagino que a discriminacao contra estrangeiros no Japao deve ser barra mesmo, ainda mais quando voce nao "parece" japonesa. O estereotipo que muitas culturas tem em relacao a mulher brasileira tambem nao ajuda em nada.

O que eu achei engracado foi o fato das pessos que nao sao japonesas serem chamadas de americanas, por que nao francesas, europeias, sei la? Talvez isso ainda esteja relacionado com a estoria da guerra.

Bjs e volte sempre que quiser,

Regina

12:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

Regina, o seu post trouxe dados interessantes, os quais confesso que desconhecia. Até tinha alguma noção do preconceito nos EU, mas aquela lista (e só li os 10 itens que você traduziu) é aterradora. Adorei o seu post. Abraços, Mário.

1:26 PM  
Blogger Regina said...

Mario,

Obrigada pela visita. Eu acho que lista nao se aplica so' aos Estados Unidos, nao. Acho que o mesmo ocorre no Brasil, infelizmente, assim como em outros paises.


Abracos,

Regina

1:31 PM  
Blogger Lulu on the sky said...

Tb sou participante da blogagem coletiva do Lino e achei um tema excelente de ser abordado, as pessoas tem q aprender enxergar além da cor que está na pele.
Tenho orgulho de ter amigos negros. Valem muito mais q do que alguns brancos q eu conheço.
Big Beijos

2:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

Parabens atrasados para o Lindo danilo, ele é um charme. Tenho tres amiguinhos(as) nascidos neste dia e todos amantes da música e esoeciais.
Tinha pensado em participar da blogagem mas não andei na net e acabei esquecendo de tudo. Estarei indo de férias daqui a uma semana, como ainda tenho muito o que preparar , vou me ausentar um pouco. Voltarei a escrever em maio quando enfim regresso. Até lá beijos e se cuidem.

2:43 PM  
Anonymous Anonymous said...

Regina,

Vc acertou em cheio. O que alimenta o preconceito -seja racial, cultural, religioso, etc - é a arrogância e a percepção de uma pessoa em se achar superior a outra. Acho que é por isso que eu não vejo tanto preconceito e segregação racial no Canada. Os canadenses em geral tem um pouco de sentimento de inferioridade (como nacionalidade). Talvez por que vivem a sombra do gigante americano. Então não se acham melhor do que ninguém. Não acham que seu país é o melhor do mundo; vivem a procura de um país mais quente onde possam disfrutar a aposentadoria ;) Eu já cheguei a comentar isso no meu blog - quando eu cheguei no Canada, quando as pessoas perguntavam de onde eu era e eu respondia que era brasileira eu nunca recebi outra reação que a curiosidade em saber como era o Brasil e o choque deles por eu ter saido do meu país com praias magníficas para viver em um país frio. Chega a ser engraçado... E quando veem pessoas pobres em outros países, eles sentem muita empatia, existe um sentimento forte de que há uma certa igualdade entre eles e uma pessoa mais desfavorecida. A única diferença é que eles tiveram as oportunidades que tiveram e a pessoa pobre, vivendo em um país marcado pela guerra não teve...

Quando um americano se muda pro Canada - e eu conheci vários assim - uma das primeiras coisas que eles reclamam é dos impostor e do serviço de saúde, que é o mesmo para todos. Tive amigos americanos que perguntaram "por que eu tenho que pagar pelo tratamento de saúde dos outros??" O Canadense revira os olhos e não entende o problema. Para eles é simples - vc paga o tratamento dos outros para que TODOS possam gozar do mesmo sistema e não só uns poucos privilegiados. Isso é o que eu chamo de justiça social. O resto é demagogia...

Quanto ao lance de não ter que assumir uma identidade social, eu quiz dizer que essa pergunta não consta de nenhuma documentação oficial. Acho que o censo pergunta se vc se considera como parte de uma minoria visivel (e aí entra de tudo - chines, indio, negro); mas outros documentos não.

É claro que nem tudo é um mar de rosas. Ano retrasado teve um problema de crimes com arma de fogo em Toronto por causa de uma guerra entre duas gangues nos bairros mais pobres. Uma menina inocente morreu vítima de uma bala perdida e aí o povo se revoltou realmente e começou a exigir que alguem fizesse alguma coisa. Aí se iniciou uma discussão super série sobre quem estava envolvido nessas gangs (jovens negros), porque eles estavam envolvidos (falta de oportunidades), como fazer para gerar mais oportunidades para esses jovens e integrar-los melhor (criou-se programas de treinamento, estagios, aconselhamento, etc nos bairros mais desfavorecidos), etc. Eu confesso que fiquei impressionada com a rapidez com que lidaram com a situação e a maneira sensível com que lidaram com a coisa. Ninguém sugeriu que os jovens eram "propensos" ao crime e a violencia por serem negros. Não sei como anda a coisa hoje pois estou fora do país e não tenho acompanhado.

PS: é claro que minha percepção se refere a minha experiencia vivendo em Montreal e Toronto, e o que leio em jornais, revistas, etc.

3:30 PM  
Anonymous Anonymous said...

Raça para mim é uma só humana, o resto é preconceito, o Ed coloca o que eu pensei de cara.
Bjs Laura

4:10 PM  
Blogger Saramar said...

Concordo com a SOfia.
É impressionante que, mesmo diante da evolução científica, ainda seja necessário reafirmar que as diferenças entre os seres humanos se referem ao caráter e não à cor da pele, ao gênero, à religião, à orientação política, etc., principalmente em um país cujos habitantes são um amálgama de tantos povos.

Eu não conhecia essa temática que você abordou. É realmente muito interessante e esclarecedora. Aliás, é algo que deve ser mais divulgado para que todos aqueles que afirmam que não existe racismo no Brasil, reflitam bem sobre nossa realidade.

Parabéns pelo excelente texto, em minha opinião, um dos melhores da blogagem.

4:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

Re, que texto maravilhoso!

Hoje eu vi uma entrevista com o ator Milton Goncalves e ele falava do que sofria na infancia por causa da sua cor.

Ele contou que nao sabe nadar porque uma vez, todos os amigos, tao pobres quanto ele, foram liberados para nadar num clube chique desses com piscina (por alguma acao social, decerto) e ele foi o único nao-autorizado a entrar na piscina, porque é negro.

Ou seja, essa historia que o preconceito no Brasil é mais social que racial nao passa de balela. A questao da cor da pele entra muito em jogo, sim. Esse tipo de episodio só confirma.

Também postei sobre o tema, comentando uma campanha que foi lancada por aqui.
Beijocas,
Vanessa

7:39 PM  
Blogger JAM said...

sendo negra e brasileira, posso falar com convicçao que realmente temos uma educaçao de 'combate'...já quer precisamos nos defender durante toda a vida...

minha mae é braca e tem os olhos verdes, típica representante da raça. meu pai é negro, típico representante da raça também (apesar de ser filho de uma índia com um negro, nao herdou nada da raça indígena, ao contrário das suas irmas).

Bem, eu nasci com uma aparência misturada mais definitivamente com a cor do meu pai. Que sempre me orientou na vida para que conseguisse atingir meus objetivos.

Uma das coisas que meu pai sempre me ensinou e que com certeza passarei para meus filhos foi: vc, sendo negro, tem sempre que fazer mais que uma pessoa branca nas mesmas condiçoes que vc, porquê de outra forma, sempre sairá 'em desvantagem' pelo que as pessoas pensam de nós, negros.

E é verdade...Nao posso negar. Esse ensinamento diário, me ajudou a superar muitos obstáculos e preconceitos (inclusive no Brasil). Agora que moro na Europa, cada dia é uma liçao e lembrança sobre isso.

11:50 PM  
Anonymous Anonymous said...

Gostei dos seus "10 mandamentos". Ficaram ótimos.
Parabéns pelo blog, vou vir sempre.
Beijos

3:42 AM  
Blogger Lucia Haegele said...

Oi Regina!! Vim agradecer sua visitinha e aproveitar para conhecer seu recanto que tanto me agradou.

Realmente o tema raciscmo é polêmico e delicado. No Brasil por exemplo, o problema comeca dentro de casa, quando muitos negam sua descendência mesmo que a cor e os tracos afirmem. Aqui na Alemanha, conheci MUITAS brasileiras que nao aceitam ter descendência negra, e o máximo que permitem é que sejam chamadas de morenas.

Papai foi músico, hoje está aposentado, mas nossa casa era uma festa constante, eu adorava ouví-lo tocar (ele tocava sax) e dele puxei o gosto pela música.

Eu adoro o Xavier Naidoo!!! É muito difícil cantar e agradar em alemao e ele consegue MUITO BEM!!

Bjao Regina e voltarei!

7:33 AM  
Blogger Ronaldo Santos said...

Participando também da blogagem coletiva!

E esses 10 passos, sem que percebamos está dentro de cada um de nós, brancos ou não.

8:22 AM  
Blogger Chawca said...

Olá,

Obrigado pela visita e pelo comentário. Eu morei uma temporada em Londres e puder sentir na pele o que é ser tratado como "diferente". Convivi muito com americanos, pois eu era mórmom e tinham muitos missionarios, que apesar de todo o peso religioso mostravam seus preconceitos as vezes.

Gostei do blog e prometo voltar mais vezes,,

Um abraço

2:09 PM  
Anonymous Anonymous said...

Regina:
Acho que mesmo sendo um wasp não dá para ignorar a questão racial e o preconceito dela decorrente. Quem o faz está, no meu entender, fora da realidade.
Branco, anglo-saxão e protestante também pode ser discriminado.
Obrigado pela sua participação.

2:26 PM  
Blogger Sam said...

Olá, Regina
O incrível é q aqui no Brasil, terra de tanta miscigenação, o mesmo aconteça.
Vim pela blogagem e adorei seu post. :)
Beijo

5:52 PM  
Anonymous Anonymous said...

É íncrivel que nos países "desenvolvidos" ainda exista o preconceito e discriminação racial. As pessoas no Brasil reclamam, mas não imaginam como é ser imigrante, de cor e latino em alguns países do hemisfério norte.
Seu texto ficou supimpa mesmo feito as altas horas!! Acho que o silêncio lhe inspirou.
Beijus

6:04 PM  
Blogger Regina said...

Oi Lulu,

Voce ja parou para pensar que dividir os seus amigos entre amigos brancos e amigos negros ja' e' uma forma de discriminacao?

E' para fazer a gente pensar, nao e' mesmo?

Bjs.

Regina

11:03 AM  
Blogger Regina said...

Elizabeth,

Obrigada pela mensagem carinhosa. Boa viagem! Ficarei aguardando a sua volta em maio.

Bjs.

Regina

11:05 AM  
Blogger Regina said...

Alexandra,

O Canada parece ser realmente um exemplo em termos de multiculturalismo. Nao sei como e' ser brasileira no Canada, mas eu acho que em geral as pessoas reagem de maneira diferente dependendo da cor da pele dos brasileiros.

Por exemplo, acredito que as brasileiras de pele mais escura que correspondem mais ao estereotipo da mulata sambistas sao com frequencia vistas como mulheres exoticas e insaciaveis. Quando fui fazer a minha entrevista para obter a cidadania, o funcionario teve a pachorra de falar (quando eu disse que era de Sao Paulo e nao do Rio): so, I guess, I won't be seeing you on a g -string biquini. Ja ouvi comentarios semelhantes muitas vezes, enquanto que isso nunca aconteceu para outra amiga brasileira, que como voce, tem a pele clara.

Beijos,

Regina

11:12 AM  
Blogger Regina said...

Laura,

E' lamentavel que a maioria das pessoas nao pense assim ou talvez ate pensem, mas a teoria na pratica e' a outra.

Bjs.

Regina

11:14 AM  
Blogger Regina said...

Saramar,

Muito prazer e obrigada pelo seu comentario. Ainda temos muito que evoluir como seres humanos. Gostei muito do que voce disse, que a diferenca entre seres humanos tem a ver com a diferenca em carater e nao com a cor da pele, genero, etc. E a cor de pele nao interfere em nada no carater de alguem, por isso nao entendo quando as pessoas diferenciam entre amigos brancos ou amigos negros, amigos brancos ou amigos "japoneses" (uso o termo asiatico), etc.

Bjs.

Regina

11:17 AM  
Blogger Regina said...

Van,

Nossa, que coisa mais triste essa historia do Milton Goncalves.

Vou la no seu blog ler o seu post.

Bjs.

Regina

11:18 AM  
Blogger Regina said...

Jamine,

Voce disse tudo. Na verdade uma mulher negra tem que fazer mais ainda em compacao a um homem branco. Infelizmente, isso e' verdade no Brasil, nos Estados Unidos e acredito que na Belgica tambem.

Nao ha como tapar o sol com a paneira. Fazer de conta que isso nao existe nao vai fazer isso desaparecer.

Beijos,

Regina

11:21 AM  
Blogger Regina said...

Lucia,

Seja benvinda! Negar as proprias origens tem a ver com o racismo internalizados. E' triste ver como isso ainda acontece.

Meu marido toca contrabaixo.

Xavier Naidoo e' o que ha de bom em termos de musica na Alemanha pra mim. Alem do mais, ele e' lindo.

Beijos e volte sempre,

Regina

11:23 AM  
Blogger Regina said...

Ursula,

Nao entendi o que voce quiz dizer com os "10 mandamentos." Essas sao observacoes de uma pessoa que e' branca e se deu conta da diferenca em tratamento que ela recebe devido a cor de sua pele.

Bjs.

Regina

11:25 AM  
Blogger Regina said...

Ronaldo,

Realmente, cada um de nos tem algum tipo de privilegio. No entanto, nas situacoes descritas pela autora do artigo, o fato dela ser "branca" faz muita diferenca.

Bjs.

Regina

11:52 AM  
Blogger Regina said...

Chawca,

Realmente, ser brasileiro no Brasil e ser brasileiro no exterior sao coisas completamente diferentes.

Seja benvindo e volte sempre!

Bjs.

Regina

11:55 AM  
Blogger Regina said...

Lino,

Eu acho que as pessoas ate reconhecem a discriminacao contra as outras. Mas as situacoes mencionadas pela autora sao tao "normais" para pessoas brancas que elas passam desapercebidas e nao sao questionadas (ou raramente sao).

Beijos,

Regina

12:14 PM  
Blogger Regina said...

Sam,

Obrigada pela visita e volte sempre.

Bjs.

Regina

12:18 PM  
Blogger Regina said...

Luma,

Infelizmente, racismo nao tem nada a ver com desenvolvimento.

Obrigada pelo elogio!

Beijos,

Regina

12:19 PM  
Anonymous Anonymous said...

que triste a gente constatar isso: nossos privilégios.

tem gente que ainda diz que não há racismo no Brasil, pelo simples fato de isso ser crime. como se a lei fosse a medida da ética ("não faço pq é lei"), quando na verdade a ética tem que vir antes. bem antes.

11:21 AM  
Blogger Regina said...

Nessa,

Infelizmente e' mais facil mudar as leis que mudar os preconceitos enraigados na sociedade. Isso leva muito mais tempo.

Seja benvinda e volte sempre,

Bjs

Regina

9:58 AM  
Anonymous Anonymous said...

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Blogger 柯云 said...

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