Thursday, July 26, 2007


Como nao posso ir à Paris…

Como não posso ir à Paris fui ao cinema assistir Paris, je t’aime, uma série de declarações de amor feita por vários diretores. Paris é uma das minhas cidades favoritas. Não sei porque mas me sinto muito a vontade lá. As pessoas que acreditam em reencarnação diriam que são coisas de uma outra vida.

Mesmo da primeira vez, foi como se eu já soubesse aonde ir. Cheguei no Charles de Gaulle com pouco dinheiro como sempre, peguei um trem e fui direto para Île de la Cité. Eu só tinha uns dois dias na cidade porque estava a caminho de Barcelona para encontrar uma outra amiga. Depositei a minha babagem num locker de uma estação de trem e fui descobrir a cidade. Eu estava tão cansada que adormeci ao sol no gramado em frente à catedral de Notre Dame, enquanto esperava chegar a hora para encontrar um amigo americano que estava morando lá há um tempo.

Na segunda vez, dirigimos da Alemanha para visitar uns amigos em Paris. Estacionamos o carro, um Peugeaut vermelho muito bonitinho que o Kai tinha, no bairro da Porte de La Villette onde estava tendo um show de jazz com Miles Davis e John Mc Laughlin. O único detalhe é que a minha mala de mão e o contrabaixo do Kai estavam no carro porque estávamos mudando da casa de um amigo para a casa de um outro. Eu fiquei meio paranóica (coisa de paulistana), mas o Kai que sempre acreditou na bondade humana simplesmente cobriu a mala e o instrumento com um cobertor e me garantiu que nada ia acontecer. O show foi incrível e quando voltamos a janela do carro estava quebrada e a minha mala tinha sido roubada. Eles só não roubaram o instrumento porque não passava pela janela.

Tive que comprar de calcinha para cima. Felizmente eu tenho um faro super aguçado para uma barganha e às vezes pura sorte. No dia seguinte depois de lidar com a polícia sobre o roubo decidi aproveitar o dia e ir até Montmatre. Decidi na estação de metrô de Barbès-Rochechouart e no caminho eis que me deparo com a versão francesa das Lojas Marisa, Chez Tati. Chez Tati salvou a pátria. A mãe do meu amigo quando ouviu que a minha mala havia sido roubada falou toda empolgada: “não existe lugar melhor para perder as roupas que em Paris.” Mal sabia ela que se não fosse pela Chez Tati eu estaria com a roupa do corpo.

Eu estava grávida de cinco meses da última vez que visitei Paris. Os trens estavam em greve por isso tive de pegar um ônibus da fronteira com a Alemanha até Paris. Na volta também foi o maior sufoco. Era novembro e o tempo estava cinzento e chuvoso. Eu fiquei num hotelzinho perto do cemitério Pére Lachaise. Caminhei muito como sempre faço e apesar da loucura com os trens eu não me arrependo nem um pouco.

Mas voltando ao filme, uma das vinhetas que mais me tocou foi a de uma jovem imigrante que mora afastada da cidade e trabalha como babá. Ela deixa o seu bebê na creche e pega o trem lotado para ir cuidar de um outro bebê o dia todo. Eu também gostei do monólogo de uma mulher americana que economizou dinheiro por muitos anos para ir visitar Paris e da vinheta sobre o marido que decidiu deixar a esposa quando descobre que ela está prestes a morrer. Ele decidi então fingir que ainda a ama e no processo acaba por apaixonar-se de novo por ela.

Cada vinheta retrata uma faceta diferente do amor: o amor entre amantes, o amor na família, o amor pela cidade, o amor entre dois vampiros e a dor da perda. Numa das vinhetas, a divina Juliet Binoche faz o papél de uma mãe cujo filho faleceu.

Enfim, a fotografia é belíssima e dá vontade de pegar o primeiro avião apesar das greves e nessa época do ano, do barulho de construção em cada esquina.


19 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Regina,

Vc me deixou com vontade... Tem tempo que quero ver esse filme. Também amo Paris. É minha cidade favorita e desde do primeiro dia, sempre me senti em casa por lá. O Alan já esteve por lá inúmeras vezes; ele ia muito a trabalho. Também sempre sentiu uma conexão muito grande com a cidade.

Faz mais de um ano que não vamos e já estamos ficando meio impacientes...

6:47 AM  
Anonymous Anonymous said...

Regina,
Eu li várias críticas sobre o filme e tô p/ assistir também. Eu ri muito quando você falou da Chez Tati, porque era praticamente a única loja que eu podia comprar quando eu morava lá (eu conheci umas lojinhas de roupas usadas ótimas, fora o Marché aux Puces que é excelente). Eu adoro Paris e conheço a cidade muito bem, pois andava por todo o canto. A minha experiência foi interessante: estudei e trabalhei na cidade numa fase boa da minha vida. Mas também não passei imune aos roubos: uma vez a minha carteira foi roubada descaradamente por um casal elegantérrimo (talk about professional pickpockets!), me deu a maior raiva. Outra vez roubaram a minha máquina fotográfica no carro de um amigo meu em Cap D'Antibes. Nossa, tenho histórias e mais histórias por lá.
Só prefiro Londres à Paris: acho que é uma coisa de vidas passadas. Se é uma coisa que me pega é a cultura teatral londrina. Não existe nada igual no mundo. Mas Paris é simplesmente linda.
bises,
Cris

12:46 PM  
Blogger ♥Mimi♥ said...

Olá Regina meu nome é Michele eu sou brasileira e louca para conhecer Paris; ainda não tive a oportunidade mas com certeza verei o filme Paris je t'aime. Obrigada pela dica e parabéns pelo blog adorei!!!! meu e-mail é mialgd@hotmail.com se puder me add
beijos

1:29 PM  
Anonymous Anonymous said...

Eu simplesmente adoro Paris!
Beijos

7:14 PM  
Blogger Cacau said...

Oi, Regina! Tb amo Paris...moraria lá, se pudésse ;-)!!! Dá uma saudade daquelas ruas quando assisto ao filme Amélie Poulain!!!

bjs,

Cacau

4:48 AM  
Blogger Unknown said...

viva Paris!

Da primeira vez que fui também estava sem dinheiro e a caminho da Espanha (Madrid)...

Quero ver o filme. Obrigada

7:04 AM  
Blogger bibi move said...

este que colocasse do Youtube foi um dos meus prediletos do filme.
Assistimos faz alguns meses e eu também adorei.
O da daniela thomas eu achei meio fraquinho...

10:43 AM  
Blogger Ana said...

Regina adorei os seus relatos parisienses. Eu não tinha um sonho de conhecer Paris, nem nunca pensei que ia falar francês no meu cotidiano. Da primeira vez que eu fui pra passar um mês, eu gostei muito, mas foi só da terceira que eu realmente amei. Acho que ninguém devia morrer sem conhecer Paris. Beijão.

7:44 PM  
Blogger Regina said...

Alexandra,

Sorte sua se faz somente um ano que esteve por la. Ja faz mais de dez anos da ultima vez que visitei Paris.

Bj

Regina

1:43 AM  
Blogger Regina said...

Cris,

Adorei a sua historia. Na verdade, depois que a minha mala foi roubada meu amigo recomendou que eu fosse no Marche aux Puces para ver se eu encontrava alguma coisa. Mas que nada...

Ainda nao fui a Londres. Um dia desses... Eu adoro sotaque britanico (estilo BBC). Prefiro o ingles britanico ao americano.

Bj

Regina

1:45 AM  
Blogger Regina said...

Michele,

Obrigada pela visita. Seja bem-vinda! Vc tem um blog? Qual o nome?

Nao consegui acessar o seu perfil por aqui.

bj

Regina

1:46 AM  
Blogger Regina said...

Ursula,

Eu tb...

bj

Regina

1:47 AM  
Blogger Regina said...

Cacau,

Eu tb adoraria morar la por um tempo.

Boa sorte com o bebe que ja esta para chegar.

Bj

Regina

1:47 AM  
Blogger Regina said...

Anita,

O problema e' que eu estou sempre sem dinheiro...:-( Eu estava a caminho de Barcelona. Ainda nao conheco Madri.

Bjs

Regina

1:48 AM  
Blogger Regina said...

Bibi,

Seja bem-vinda e volte sempre. Qual o nome do seu blog? Tentei chegar por aqui via o link do comentario, mas nao consegui.

Eu gostei do Daniela Thomas porque ilustrou o lado da cidade que nao e' nada glamoroso. O mesmo acontece por aqui: sao as mulheres imigrantes que estao tomando conta dos filhos das mulheres brancas endinheiradas. E muitas vezes essas mulheres deixam os seus filhos no pais de origem ou em alguma creche.

Bjs

Regina

1:52 AM  
Blogger Regina said...

Ana Lucia,

Concordo... Ninguem deveria morrer sem visitar Paris!

Quem dera eu poder passar um mes por la.

Bjs

Regina

1:52 AM  
Anonymous Anonymous said...

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8:37 PM  
Blogger oakleyses said...

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Blogger oakleyses said...

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7:31 PM  

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