Cidade minha
Cidade minha
Cidade amada
Fico triste em ver-te acuada,
Amedrontada, pixada,
Violentada
Eu era menina
Seus prédios mais altos ainda
Calçadas cheia de gente apressada
O meu medo era de escuro e de bandido da luz vermelha
Eu era moça
Passeando de madrugada
Pelas suas ruas molhadas
O meu medo era de estupro e de revólver na cara
Fui-me embora
Quando voltei pela primeira vez te achei cinza, quase sem cor
Faról fechado
Indignação
Mas eu continuei voltando
Mesmo quando ouvi tiros no meio do dia
Meus filhos assustados
Escondidos na papelaria
Pivetes vendendo doce
Classe média metendo o pau na empregada
Elite alienada
De um lado a Daslu, do outro a favela
É chegada a hora de acordar
De parar de ver novela
De parar de tapar o sol com a peneira
Eu me recuso a virar refém na minha própria cidade
O medo sufoca, o medo invade
É preciso justiça social,
Educação, re-habilitação
Solidariedade
Enquanto isso não acontece
Eu me lembro da beleza singela das madrugadas paulistanas
Do mercado de flores que nunca fecha
E que é lindo apesar do cemitério por detrás
Ago 22, 2006
Quem cala, consente. Rompendo o silêncio… Este post faz parte de uma blogagem coletiva convocada pela Laura do Caminhar . São mais de 70 blogs participando. Para uma lista completa visite o blog da Laura http://www.lauravive.blogspot.com/. Leia. Comente. Participe.
10 Comments:
Bonito esse seu post.
É isso mesmo, precisamos sair da nossa casca e encarar que fazemos parte dessa engrenagem.
Beijo, querida.
Belos versos de dor e saudade de uma cidade que foi sua e de paz.
Esse grito é de força e resgate... que assim seja!
Também gritei a meu modo nessa blogagem coletiva.
Lindo dia
beijosssssssssss
Adoro todos seus poemas, Regina, você é uma artista de muita sensibilidade :-)
Lindo poema. Vc me surpreende com estes versos.
Vamos enfrentar o medo e sair da casaca, com diz a Beth,
bjs tks, laura
Belas palavras falando sobre uma coisa tão feia quanto a violencia do nosso pais. Nós mais velhos ainda temos o prazer de poder relembrar os bons tempos, coisa que para a juventude não passa de mito.
Beijos Beth
Ahhh, todo mundo já disse o que eu ia dizer.....:(
Brincadeira, nunca é demais.
Suas poesias são lindas e muito sensíveis.
Parabéns.
Beijos
É triste a idéia de voltar e não reconhecer o "teu" lugar (i.e., o lugar que ainda reside no teu imaginário). É uma volta diferente, e, nesse caso, muito assustadora.
Regina, deixei um reply longo lá no Yahoo group mas imagino que vc esteja bem ocupada. Vc quer enviar algo à tua irmã em Curitiba? Se quiser, eu levo, sem problema.
Bjs,
Cris
Mesmo de longe, pessoas bacanas como voce sofrem pelo Brasil. Vamos juntar nossas forças para romper o silencio mesmo, numa corrente que transcende as nossas fronteiras- principalmente pessoais-Penso que é numa mudança de atitude no jeito de olhar o mundo que as coisas mundam.
Grande beijo,
Jasmine
Olá! Estou acompanhando o link dos participantes e adorando. Abs!
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