Wednesday, August 30, 2006



Um ano após Katrina

Faz um ano que que o furacão Katrina devastou a cidade de Nova Órleans. No entanto, a cidade mal começou o seu processo de reconstrução. A cidade já tinha problemas sociais graves: problemas com tráfico de drogas, criminalidade e um índice de pobreza o dobro que a média no resto do país. O furação só fez expor esses problemas para o resto do mundo ver.

O que ficou bem claro também foi a conecção entre raça e classe. A tragédia atingiu desproporcionalmente a população afro-americana. Segundo Jason DeParle, num ensaio publicado pelo New York Times de ontem, entre as crianças que estão “at risk” ou seja correndo risco como dizem os assistentes sociais, a discrepância é gritante: somente 7% das crianças brancas “correndo risco” são pobres, enquanto que 47% são afro-americanas.

O processo de reconstrução tem sido super lento. Um ano após, 40% da população ainda não tem eletricidade e 60% ainda não tem gás. O pior é que o prefeito da cidade, Ray Nagin, embora seja democrata e afro-americano, segue a ideologia neo-liberal do governo de George Bush. Um dos planos de reconstrução claramente favorecia bairros de maior potencial econômico, nesse caso significando o total abandono das áreas mais pobres onde a grande maioria de habitantes é afro-americana.  Por outro lado, brasileiros de várias partes dos Estados Unidos estão migrando para a região para trabalhar na reconstrução da cidade. O consulado brasileiro em Luisiana que antes só recebia quatro chamadas por semana agora está tendo por volta de oito por dia. O problema maior entre os que estão chegando para trabalhar é a escassez de moradia. Em alguns casos, dezesseis pessoas têm que compartilhar o mesmo apartamento, segundo a BBC Brasil.

Eu me lembro bem de como as pessoas aqui ficaram chocadas com as cenas da probeza em Nova Órleans. Isso não me chocou em nada. É bem óbvio onde eu moro também que nas áreas mais pobres, onde quase não há supermercados, onde a violência e a presença da polícia fazem parte da rotina diária, a população é predominantemente afro-americana e latina. Quando caminho pelas áreas mais pobres e desoladas de Oakland, Califórnia, é raro eu ver uma pessoa branca. Na verdade, o que me chocou mais foi a reação das pessoas. Elas agiram como se a miséria no país que se diz o mais rico e poderoso do mundo fosse novidade. O pior e que não é.

  •  1.695 pessoas morreram durante o furacão Katrina
  •  78.000 casas foram destruídas
  •  População decaíu de 455.000 para 200.000




  • Fontes: New York Times – http://nytimes.com/2006/08/27/magazine/27neworleans-1html
    BBC Brasil - http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/5281396.stm
    Fotos: Flickr























     

Tuesday, August 29, 2006


Outras coisinhas - revisadas



















 
Fotos de cima para baixo: coração; bonequinhos do Kai quando era menino e a minha Pupi; “Dinosauros”, pintura feita pelo Danilo; “New York”, pintura feita pela Naima;Funny in Farsi, livro que acabei de ler e almofada feita pelo Danilo; desenho da Naima quando tinha 4 anos; "altar" com anjo da guarda, Ganesh, foto da família e conchas trazidas do sul da Índia logo após a tsunami; Kai e eu, espelho da Indonésia e galho seco do arranjo floral do dia do casamento; cartão postal de uma amiga; lembracinhas, as caixinhas em forma de fada é onde eu guardo os dentes de leite das crianças; escultura da minha amiga e pedrinhas do Brasil; sol e lua de Veneza; e uma rosa do meu jardim onde mora um bichinho verde.








































































Monday, August 28, 2006

Domingo musical





Hoje fui a um show num lugar chamado Bach Dancing and Dynamite Society, em Half Moon Bay. Half Moon Bay é um lugar belíssimo à meia hora de San Francisco. Este clube já existe há 42 anos e apresenta shows de jazz, música clássica e música do mundo (world music). O ambiente é bem informal e eles vendem comidas e bebidas. Tem uma vista linda para o Oceano Pacífico e fica bem em frente à praia.



 



 
Food for the soul – Comida para a alma


“A gente não quer só comida
A gente comida, diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída para qualquer parte

A gente não quer só comida
A gente quer bebida, diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida como a vida quer”

Comida – Titãs

Food for the soul – Comida para a alma

O preço dos ingresso de shows está cada vez mais alto. Embora existam alguns shows gratuitos em parques, eles são raros e geralmente não contam com a presença de artistas mais conhecidos. Os governos conservadores dos últimos anos tem praticamente eliminado o orçamento para as artes. Aulas de arte e música foram eliminadas em muitas escolas públicas e é praticamente impossível de se financiar quaisquer projetos artísticos através do governo. Enquanto isso, o orçamento militar continua a aumentar.

Nesse final de semana, a associação de comerciantes de Berkeley e a Jazz School organizaram um festival de música. Havia música de graça ao ar livre na estação do metrô e em clubes onde o preço da entrada não foi muito caro.

A idéia do show na estação do metrô foi a que mais me agradou. Algumas pessoas estavam só de passagem e tiveram uma surpresa boa, outras tinham acabado de descer do metro. Para os homeless, que sempre ficam por ali, essa foi uma oportunidade única de assistir a um show. Arte é o que alimenta o espírito. O ser humano precisa de arte como precisa do pão.



Saturday, August 26, 2006



Oito coisinhas
Fui convidada pela Denise para citar oito coisinhas sobre mim.

1. Sou a pessoa mais previsível do mundo na hora do café da manhã: tomo café com leite e duas torradas. Primeiro passo a geléia e então coloco fatias de queijo por cima. Depois eu me sento em frente ao computador e tomo o café da manhã lendo as notícias na BBC e checando os blogs. (Meus filhos sempre protestam porque eu não os deixo sentar em frente ao computador enquanto estão comendo).

2. Adoro dirigir sozinha pelas freeways da vida à noite ouvindo música altíssima. Em compensação ainda não sei nadar, andar de patins e tenho medo de andar de bicicleta.

3. Adoro comida Indiana. Detesto fast food. Adoro brechó. Não dou a mínima para grifes. Adoro brincos.

4. Não consigo dormir com frio. Já teve noites de eu ir para a cama com pijamas, um sweater por cima, meias e dois cobertores. Sem brincadeira!

5. Nunca vou à lugar algum sem algum livro ou revista, no caso de alguém se atrasar, o metrô quebrar ou eu me entediar. Tenho horror de ficar esperando em ante sala de dentista sem nenhuma revista decente pra ler. Hoje em dia quase não leio ficção. De vez em quando cometo uns poemas, mas não tenho a mínima vontade de escrever ficção. Talvez eu seja literal demais. Minha imaginação não é forte o suficiente para construír uma personagem de forma convincente.

6. Sou bem direta e costumo dizer o que penso. Mas o bom é que não guardo rancor.

7. Detesto lidar com papelada e perder o meu precioso tempo organizando tudo. Mas sou organizada na minha bagunça, se é que isso faz algum sentido. Sei que isso é pouco virginiano de minha parte, então tento compensar organizando as pilhas por categorias: livros, revistas, artigos interessantes, CDs, roupa lavada, desenhos das crianças e por aí vai.

8. Tenho fome de conhecimento. Adoro aprender coisas novas, que não necessariamente domésticas. Aprendi a cozinhar morando sozinha, mais por falta de opção que por prazer.

Bom, agora que voces já sabem um pouquinho sobre mim, eu passo a bola para a Anita, Laura, Lucia, Elizabeth J., Lili, Ana Lucia, Alline e Grace.


Friday, August 25, 2006


A empregada
Minha mãe nunca teve empregada doméstica. Minhas tias tampouco. Minha mãe criou duas filhas “costurando pra fora,” fazendo todo o trabalho doméstico com alguma ajuda do meu pai e das filhas quando já éramos maiorzinhas. Isso foi numa época em que poucos tinham máquina de lavar roupa e a minha mãe não se encontrava entre esses poucos. Fico imaginando como ela fazia para lavar lençóis e toalhas de banho, principalmente quando estava grávida da minha irmã. Eu ainda me lembro dela com o barrigão esfregando roupa no tanque.

Eu também nunca tive empregada doméstica ou housecleaner, nem dessas que vem só duas vezes ao mês para fazer “o grosso,” como algumas famílias fazem por aqui. Primeiro porque aqui ajuda doméstica é caríssima e segundo porque eu acredito que as pessoas que moram na casa, incluíndo marido/parceir@ e filh@s, devem aprender a cuidar de si próprios e a manter a casa limpa. Meus filhos já limpam o próprio quarto, passando aspirador e tudo. Eles também tem o maior interesse em aprender a cozinhar. Ensiná-los a ser indenpendente para mim é tão importante quando ensiná-los a ler, escrever ou falar outra língua.

Então, eu fico chocada quando eu vejo algumas crianças e adolescents de classe média no Brasil que não fazem absolutamente nada e ainda tratam a empregada com a maior falta de respeito. Essa atitute também se estende aos adultos da casa. Eu acho incrível o que se espera de muitas empregadas domésticas. Eu já vi empregada até descascando laranja para a patroa, patroa que nem sequer faz as próprias malas quando vai viajar, empregadas que parecem disponíveis a qualquer hora do dia ou da noite, empregadas que nunca são convidadas para sentar na mesma mesa com a família e por aí vai.

A BBC Brasil publicou ontem uma série de artigos sobre o trabalho doméstico no Brasil e também sobre brasileiras que trabalham no exterior como domésticas ou housecleaner, principalmente nos Estados Unidos, Grã Bretanha e Japão. No Brasil 30 mil domésticas trabalham sem salário num regime de verdadeira escravidão, afirma a BBC. Existem também 170 mil menores de 16 anos no serviço doméstico, em suas maioria meninas de famílias pobres que passam a morar com famílias de classe média nas grandes cidades onde param de estudar e, em muitos casos, acabam sofrendo abuso físico e sexual. Essa é também uma profissão muito discriminada e alvo de constante humilhação. Um dos artigos da BBC fala que há mais de 600 comunidades no orkurt cuja única finalidade dos participantes é descrever situações em que empregadas domésticas são vítimas de preconceito, violência, assédio sexual e situações degradantes. Agora eu pergunto, já existem leis para combater o racismo quando é que vai haver uma lei para lidar com esse tipo de violência tão comum no nosso país?



Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/
noticias/cluster/2006/08/
060808_trabalhodomestico.shtml





Queria estar em Buenos Aires…

Acho tango uma forma de dança belíssima e super sensual. Em Buenos Aires está acontecendo o quarto campeonato mundial de tango. O evento de dez dias vai até o dia 27 de agosto. Estão competindo pelo título 485 casais procedentes de 22 paises. O tango se originou nos bares e bordéis de Buenos Aires no século XIX e com o tempo se tornou uma das mais sofisticadas formas de dança. Os casais estão competinto nas categories: tradicional e ballroom. Os vencedores ganharão 1.600 além do prestígio de terem sido os melhores na capital do tango.

Fonte: BBC World News

Thursday, August 24, 2006



Um tiro contra o céu azul II



O suicídio que não chegou a acontecer


Além do céu decorado, hoje à tarde eu tive uma surpresa boa na minha caminhada. Encontrei com os vizinhos da mulher que supostamente tinha se suicidado ontem. Perguntei a eles de quem se tratava. Eles me informaram que a mulher em questão era a senhora gentil que usava óculos e sempre andava com um coquinho no alto da cabeça. Segundo eles, ela também gostava de dar comida aos passarinhos. Eu também me lembrei que no Halloween do ano passado ela foi super amável com os meus filhos quando eles bateram em sua porta.


Os vizinhos também me disseram que ela não só sobreviveu, mas parece que vai ficar bem. Tudo não passou de um acidente, segundo eles, que também não sabem mais nada sobre a vida misteriosa dessa senhora. Fiquei pensando porque diabos ela tinha um revólver em casa e o que ela estava fazendo quando esse “acidente” aconteceu.


O porte de arma como um direito


“A Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos afirma que:

Uma mílicia regulada é necessária para a segurança de um Estado livre; (portanto) não se deve infringir no direito do povo de guardar e portar armas.”

Há um debate ferrenho nesse país sobre o porte de armas. De um lado, há os que interpretam a lei literalmente e acreditam que “povo” nesse caso significa todo e qualquer cidadão. Os que se opõem a essa interpretação acreditam que a lei se refere a milícias organizadas, tais como o exército. De qualquer forma, o texto é ambíguo e dá margem a muitas interpretações e gera debates calorosos.

As pessoas que defendem o porte de arma acreditam que estas armas lhe proporcionarão segurança numa situação perigosa. Elas acreditam no uso de um revólver com instrumento de defesa pessoal. Esse argumento é bastante popular entre mulheres. Recentemente, houve uma série de ataques contra mulheres no estado do Arizona. Imediatamente, a venda de permissões para o porte de armas e as aulas de treinamento em como utilizá-las aumentou consideralvemente.

Eu acho que o uso de armas de fogo é glamorizado nesse país em filmes e em vídeos de música rap. É um fetiche nacional que me causa muita preocupação. Eu sou absolutamente contra qualquer tipo de arma de fogo. Na minha opinião elas geram uma sensação de segurança que é falsa. Acredito que a possibilidade da pessoa ou alguém da família se ferir é bem maior que a possibilidade dessa arma ser utilizada em defesa pessoal. Para mim, justiça pelas próprias mãos é coisa de faroeste.

Wednesday, August 23, 2006



Um tiro contra o céu azul

Pois é, justo no dia em que muitos blogs estão escrevendo sobre violência acabamos presenciando uma cena policial digna de swat team bem na minha rua onde nada (ou quase nada) acontece.

Fui dar uma caminhada como sempre faço no final da tarde. Moro num bairro super agradável, cheio de jardinzinhos, restaurantes e Peets Coffee Shop, onde as pessoas gostam de ficar batendo papo na esquina enquanto tomam o seu latte, mocha ou seja lá o que for. Estava uma tarde linda. Um céu azul com nuvens que mais pareciam pinceladas numa tela de artista.

Bom, eis que estou voltando para a casa e vejo uns policiais na esquina. Não pensei nada demais porque eles geralmente param para tomar um café ali. Continuei ouvindo o meu flamenco chill do grupo malagenho Chambao e foi aí que eu vi meu filho correndo de patinete para me dizer que algum vizinho havia se suicidado (e ainda por cima com um revólver). E eu que nunca imaginei que alguém nesse bairro possuisse um revólver. Santa ingenuidade! Fiquei até com dor de barriga.

O meu marido havia chegado com as crianças um pouco antes de mim. A rua estava fechada e havia onze viaturas da polícia, policiais com metralhadoras, um caminhão do corpo de bombeiros e uma ambulância. Tudo isso porque a polícia não sabia se era suicídio ou se alguém havia invadido o apartamento.

Eu ainda não sei direito quem cometeu o suicídio. Aparentemente era uma mulher que morava sozinha. Pelo pouco que eu já li sobre suicídio, mulheres raramente escolhem o revólver como metódo. Elas preferem os barbitúricos.

Fiquei pensando o que levou essa pessoa a se matar. Eu já passei por fases na minha vida em que contemplei o suicídio seriamente. Mas jamais teria usado um revólver. Tenho horror a arma de fogo e sempre pensei em quem teria que lidar com a babunça toda. Felizmente, hoje em dia isso já não me passa mais pela cabeça.

Enfim, a minha vizinha do lado, que é toda pragmática e é terapeuta, começou a especular sobre as possíveis razões que levaram essa pessoa a cometer o suicídio. Ela disse que talvez essa pessoa tivesse alguma doença incurável ou problemas de depressão. Mas, duas coisas que ela falou ficaram gravadas comigo: sometimes people get tired of being poor (às vezes as pessoas se cansam de ser pobre) and this is the only country in the world where people think they should be happy (esse é o único país do mundo onde as pessoas pensam que devem ser felizes).

Leiam também o post abaixo sobre violência. Faz parte da blogagem coletiva inciada pela Laura do blog Caminhar.



Tuesday, August 22, 2006


Cidade minha

Cidade minha

Cidade amada

Fico triste em ver-te acuada,

Amedrontada, pixada,

Violentada

Eu era menina

Seus prédios mais altos ainda

Calçadas cheia de gente apressada

O meu medo era de escuro e de bandido da luz vermelha



Eu era moça

Passeando de madrugada

Pelas suas ruas molhadas

O meu medo era de estupro e de revólver na cara



Fui-me embora

Quando voltei pela primeira vez te achei cinza, quase sem cor

Faról fechado

Indignação



Mas eu continuei voltando

Mesmo quando ouvi tiros no meio do dia

Meus filhos assustados

Escondidos na papelaria



Pivetes vendendo doce

Classe média metendo o pau na empregada

Elite alienada

De um lado a Daslu, do outro a favela


É chegada a hora de acordar

De parar de ver novela

De parar de tapar o sol com a peneira

Eu me recuso a virar refém na minha própria cidade

O medo sufoca, o medo invade

É preciso justiça social,

Educação, re-habilitação

Solidariedade

Enquanto isso não acontece

Eu me lembro da beleza singela das madrugadas paulistanas

Do mercado de flores que nunca fecha

E que é lindo apesar do cemitério por detrás

Ago 22, 2006

Quem cala, consente. Rompendo o silêncio… Este post faz parte de uma blogagem coletiva convocada pela Laura do Caminhar . São mais de 70 blogs participando. Para uma lista completa visite o blog da Laura http://www.lauravive.blogspot.com/. Leia. Comente. Participe.



Saturday, August 19, 2006







O que os meus olhos viram hoje…


San Francisco é gelada mesmo no auge do verão por causa do fog que vem do Pacífico. Ainda assim é uma cidade linda.

Não gosto de shopping centers em geral, mas esse em é muito bonito por dentro.



 






 
Um pouco mais do que os meus olhos viram hoje…





Academia de Ciência de San Francisco



Beleza Natural


A atriz italiana Sophia Loren, 71 anos, foi eleita número um em termos de beleza natural. A pesquisa de opinião realizada on line para o Dare to Be Bare Awards pediu para que 1.578 pessoas votassem na celebridade que fosse mais bonita naturalmente e que menos se encaixasse nos estereótipos predominantes na indústria cinematográfica.



O ator americano George Clooney ficou em segundo lugar e a cantora inglesa Charlotte Church em terceiro. Entre os dez mais votados estão Catherine Zeta Jones, Johnny Depp, Kate Winslet, Gwyneth Paltrow, Jack Black, Cameron Diaz e Gail Porter.



Sophia recentemente posou para o calendário da Pirelli, sendo a primeira mulher da sua idade a fazê-lo. Ela é tão linda que até o arcebispo de Genova uma vez disse que embora o Vaticano se oponha ao cloning de seres humanos, talvez uma excecão seja feita para Sophia Loren. Aparentemente, o segredo de Sophia é um banho de azeite de oliva!



 

Thursday, August 17, 2006


Étranger à moi-même

Caminho pelas ruas

Dessa cidade

Nesse final de tarde

Vazia

Sem assombro nem alegria

Portas abertas

Cheiro de ventania

Estrangeiros somos todos

Como disse Júlia Kristeva

O meu eu calado

Observa o meu outro eu

Passos largos de volta à casa

Étranger à moi-même



Obrigada Anita pela inspiração!



 

Monday, August 14, 2006

Feliz Aniversário

Mulher leonina
Poderosa e feminina
Estou lhe enviando
As flores do meu bairro
A música de hoje
Ainda com gosto de café da manhã
A doce preguiça de um domingo
A vista da Golden Gate
Com direito a por-do-sol dourado
E a tranquilidade de um dia azulado

Para Denise Arcoverde


DIA DOS PAIS

Hoje é dia dos pais
Mas todo o dia é dia de pai
O meu sempre se sacrificou
Se muito ele não pode dar
Pelo menos tentou
Só não ofereceu mais carinho
Porque ninguém nunca lhe demonstrou

Já os meus filhos não sabem a sorte que têm
Assim que pegamos a foto do sonograma
(que há onze anos mais parecia um borrão)
Lá se foi o pai compartilhar as boas novas
Foram três dias e três noites de intenso trabalho de parto
Ele sempre ao meu lado
Até que por fim os médicos tiraram das minhas entranhas
O nosso filho amado

Nossa filha chegou quase quatro anos mais tarde
Passei semanas internada
Meu corpo inquieto numa cama de hospital
Médicos pra lá e pra cá
Tentando contrabalancear os riscos
Na corda bamba entre a minha vida e a dela
Em casa o pai chora, reza uma oração
E veste camisa de seda branca para recebê-la

Trocou fraldas, deu papinha,
Só não deu peito porque não tinha
Canta cantigas de ninar em alemão
Lê estórinha e inventa outras tantas
Com personagens sob encomenda
Sabe como despertar o riso
Desfazer o medo
E acalentar o pranto
Faz panquecas e ensina a nadar
Toca música
Mas também sabe pregar botão
Desenha e pinta as unhas da filha
Quando vai de viagem manda cartão
Esse pai é para os meus filhos
Tudo que há de bom

Sunday, August 13, 2006

KHALAS! ENOUGH! BASTA!

Milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Seattle, Washington D.C., Los Angeles e San Francisco demandando o cessar fogo no Líbano, a liberação da Palestina e o fim do envio de dinheiro pelo Estados Unidos à Israel. Estima-se que em San Francisco o número de participantes no protesto chegou a dez mil. O dia estava lindo. O protesto foi pacífico e eu fiquei emocionada de ver tantas pessoas em solidariedade com as pessoas do Líbano. As fotos a seguir foram feitas por mim.

SALAM, SHALOM, PEACE, PAZ!